Clarissa Suzuki e Roseli Alves, 2016 – Instituto Arte na Escola, São Paulo/SP
O objetivo deste artigo é analisar os projetos de artes visuais vencedores do Prêmio Arte na Escola Cidadã de 2010 a 2014, desvendar os pontos convergentes presentes nos trabalhos e, a partir deles, registrar os métodos de aplicação em sala de aula e os resultados de aprendizagem obtidos. O Prêmio Arte na Escola Cidadã é promovido pelo Instituto Arte na Escola desde o ano 2000 e tem como meta divulgar e premiar as melhores práticas no ensino de arte, bem como valorizar e reconhecer o esforço individual do professor da Educação Básica ao transformar a disciplina em questão em um eixo articulador de outros saberes. Após 15 edições do prêmio e contato direto com projetos realizados em sala de aula por todo o território nacional, percebemos que tínhamos em mãos, ainda que em forma de amostragem, o panorama do que é ensinado nas aulas de arte nas mais variadas regiões do país. Cada trabalho inscrito do prêmio revela detalhes das práticas utilizadas pelos docentes, assim como os estilos didáticos, as fontes de referências e os artistas mais pesquisados. De posse desses dados, selecionamos o fragmento dos trabalhos vencedores em cinco anos e por meio dele entender como a disciplina vem sendo trabalhada na prática. Apesar de focarmos o projeto em um período predeterminado, não podemos deixar de registrar o amadurecimento dos projetos inscritos no prêmio ao longo dos anos, seja em termos de conteúdo, de qualidade ou diversidade de aplicação. Também é notório o esforço dos professores em documentar as atividades, com o registro minucioso do passo a passo das ações realizadas em sala de aula, das atividades interativas entre aluno-professor, o percurso percorrido no processo de ensinar e aprender e os resultados alcançados, transformando o projeto desenvolvido em sala de aula um rico portfólio. Outro ponto a ser destacado é o empoderamento do professor, sua transformação em protagonista do seu próprio trabalho e autor da sua obra pedagógica. Isso deve-se em parte ao reconhecimento da disciplina como fonte essencial dos saberes dos alunos e com o mesmo de grau de relevância de qualquer outra disciplina do quadro curricular. Também colabora para a questão, a constante procura dos docentes pela formação continuada, seja em cursos de pós-graduação ou de curta duração, o que evidencia o quanto a formação do professor interfere na qualidade da educação. Diante da evolução dos projetos desde os primórdios da premiação e da necessidade de limitarmos o nosso campo de investigação, definimos o intervalo de dos anos de 2010 a 2014 como a fonte de pesquisa para este artigo com o intuito de analisarmos com mais propriedade as particularidades de cada projeto. Neste período, recebemos a inscrição de 3.489 projetos e premiamos 25 deles, divididos em cinco categorias distintas: Ensino Infantil, Fundamental I, Fundamental II, Ensino Médio e Ensino de Jovens e Adultos. Apesar de as inscrições contemplarem todas as linguagens artísticas, os trabalhos em artes visuais corresponderam a mais de 50% do total de concorrentes, com 2.625 inscritos. Em segundo e terceiro lugares, praticamente empatados, estão os trabalhos em teatro com 796 inscritos e em música com 764. Em último lugar, os projetos em dança com 562 inscritos. Em razão do maior volume e popularidade, restringimos a nossa análise para os trabalhos em artes visuais ou com contemplasse múltiplas linguagens, sendo nesse caso a presença das artes visuais obrigatória em algumas das atividades.
SUZUKI, Clarissa; ALVES, Roseli. O ensino da Arte no Prêmio Arte na Escola. Boletim Arte na Escola. Instituto Arte na Escola, São Paulo/SP, no. 79, 2016.
Disponível em: https://artenaescola.org.br/boletim/materia.php?id=76303.
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