Giovana Faviano, Talita Colaccio, Viviane Longo, Alexandre Barbosa e Elisabete Ribas, 2012 – Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo, São Paulo/SP
Em 1960, é publicada uma reportagem no jornal Correio do Povo de Porto Alegre, em que Caio Prado Jr. declara que as descrições sobre o Nordeste, presentes em Os sertões, de Euclides da Cunha, de 1902, são “inteiramente falsas. Não existem”. Diante de tal declaração, a Casa Euclidiana escreve ao intelectual, solicitando uma apreciação sobre o livro. Em sua resposta, Caio Prado Jr. elabora sua crítica, explicando os motivos pelos quais considera que a saga euclidiana tem mais importância como expressão literária do que como análise da realidade. Em suma, Caio Prado Jr. aponta que, apesar das diferenças entre os “sertões reais” e os sertões registrados no livro, o valor da obra de Euclides da Cunha se deve, sobretudo, à denúncia das mazelas sociais, que ocorrem nessa região do Brasil e atravessam o século XX. Vale notar que, depois de contrapor o sertão historiográfico ao sertão literário, Caio Prado não deixa de tecer loas ao seu mestre: “o pensamento brasileiro, com Euclides da Cunha, começa a adquirir maioridade”. Enfim, um diálogo de gigantes que a Revista do IEB presenteia aos leitores interessados nas “coisas do Brasil”. A seguir, reproduzimos a carta na íntegra, com a ressalva de que os erros datilográficos foram corrigidos e atualizada a ortografia.
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